domingo, 1 de março de 2009

MÁXIMA DE KANT





ÉTICA FORMAL


Enquanto a ética de epicuro/ética de fim se preocupa com os resultados da acção humana, ou seja, o comportamento moral perante a sociedade ou o modo de conduta dentro da sociedade, a ética formal kantiana preocupa-se não com o resultado da acção ou conduta, mas sim com o motivo e a intenção da acção, com o determinante de cada proceder. Esta inversão radical na análise da conduta humana, deixando de lado o resultado, o êxito ou pragmatismo da acção, tem por expoente KANT, e geralmente se identifica com o chamado início do “pensamento moderno”.


PRINCÍPIOS DA ÉTICA FORMAL:


exigência de automomia: o acto só é moralmente valioso quando representa observância de uma norma que o sujeito deu a si mesmo. A compatibilidade externa entre a norma e a legalidade, não tem valor ético, se desprovida a conduta de respeito à exigência ética;

universalidade: para que o acto valha moralmente, ele deve ter igual valor moral para todos os homens. NÃO HÁ SUBJECTIVIDADE NA NORMA MORAL.Objectivo universalista.


“Kant, fiel à orientação cartesiana que deu início ao pensamento moderno, fixou, desde a ‘Crítica da Razão Pura’, um preciso método de pensamento. O método consistiu na busca de um conhecimento não fundado na experiência mas que, ao contrário, a antecedesse, pelo facto de desvendar os seus elementos condicionantes. Seguindo o caminho traçado por Descartes, Kant frisou que, muito embora o conhecimento se inicie pela experiência, isto é, pelo uso de nossos sentidos, ele não pode limitar-se a isso, pois os sentidos podem transmitir uma imagem deformada ou incompleta das coisas por eles apreendidas. O verdadeiro conhecimento, portanto, ultrapassa o nível empírico e deve estar fundado em faculdades racionais, independentes de toda experiência sensorial; um conhecimento que Kant denominou ‘a priori’ ou puro, enquanto que o derivado dos sentidos é necessariamente ‘a posteriori’ ou impuro”.


Segundo esta Ética, A VERDADE ESTÁ NA RAZÃO HUMANA, e não no mundo dos factos. Daí seu caráter de idealismo ou racionalismo.


FUNDAMENTOS DA ÉTICA IDEALISTA DE KANT:

a) A virtude não consiste em boas obras, ou no êxito das acções empreendidas, mas apenas no próprio querer, na própria vontade;

b) A acção praticada por dever tira o seu valor moral não da intenção do agente ao praticá-la, mas da máxima ou regra subjectiva de acção por ele seguida;

c) O dever é a necessidade de praticar uma acção por respeito à lei.


IMPERATIVO CATEGÓRICO

“O imperativo categórico é o supremo princípio da moralidade. Enquanto os imperativos hipotéticos são necessariamente condicionais – se quiseres tal resultado, deves agir de tal modo - , o imperativo categórico é incondicional e, portanto, válido em todos os tempos e em todos os lugares. Ele comanda não directamente as acções humanas, mas as máximas ou representações subjectivas do dever, as quais nascem em todas as consciências.”


O conceito de IMPERATIVO CATEGÓRICO:

“AGE SEMPRE DE TAL MODO QUE A MÁXIMA DE TUA ACÇÃO POSSA SER ELEVADA, POR SUA VONTADE, À CATEGORIA DE LEI DE UNIVERSAL OBSERVÂNCIA”


Kant e o Imperativo Categórico

Kant representou uma cisão no estudo da Ética sistematizada até então . A ética de então era tida por uma ÉTICA DE RESULTADOS, ou ÉTICA DO ÊXITO ou PRAGMÁTICA consequêncialista, porque era voltada para os resultados EXTERNOS DA CONDUTA humana.


Assim, KANT identificava, no seu sistema ético, os seguintes princípios:


BOA VONTADE: a vontade que age nos termos do dever e pela simples razão de cumprir o dever;

MÁXIMA: é o PRINCÍPIO SUBJECTIVO da acção humana, que impele o homem à prática de determinado acto;

LEI MORAL: é o PRINCÍPIO OBJECTIVO,UNIVERSALMENTE VÁLIDO PELO QUAL A PESSOA DEVE CONDUZIR-SE.

Da fusão destes conceitos, Kant extraía o IMPERATIVO CATEGÓRICO: A MÁXIMA (PRINCÍPIO SUBJECTIVO)ELEVADA À CATEGORIA DE LEI UNIVERSAL (PRINCÍPIO OBJECTIVO).

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