sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Heraclito




Heráclito (c. 540-480 a.C.), que era de Éfeso, na Ásia Menor, propunha que a matéria básica do Universo seria o fogo. Pensava também que a mudança constante, ou o fluxo, seria a característica mais elementar da Natureza. Pode-se talvez dizer que Heráclito acreditava mais do que Parmênides naquilo que percebia.

"Tudo flui", disse Heraclito. Tudo está em fluxo e movimento constantes, nada permanece. Por conseguinte, "não entramos duas vezes no mesmo rio". Quando entro no rio pela segunda vez, nem eu nem o rio somos os mesmos.
Heráclito assinalou que o mundo se caracterizaria por opostos. Ele acreditava que tanto o bem como o mal teriam um lugar inevitável na ordem das coisas, e que sem essa constante interação de opostos o mundo deixaria de existir.
"Deus é dia e noite, inverno e verão, guerra e paz, fome e saciedade", disse Heráclito. Ele usou a palavra 'Deus', mas evidentemente não se referia aos deuses da mitologia grega. Para Heráclito, Deus - ou a Deidade - seria algo que incluísse o mundo inteiro.

Em lugar da palavra "Deus", Heráclito usava com freqüência a palavra grega logos, que significa razão. Embora não pensemos sempre da mesma forma, ou tenhamos o mesmo grau de razão, Heráclito estava convencido de que deveria haver uma espécie de "razão universal", ou "lei universal", guiando tudo o que ocorre na Natureza.

Trata-se de algo pelo qual todos os seres humanos são guiados - e, no entanto, Heráclito pensava, a grande maioria das pessoas vive segundo a razão individual. De modo geral, ele desprezava o próximo. "As opiniões da maioria", disse ele, "são como brinquedos para as crianças."
Assim, no centro de todo esse fluxo constante e essa interação de opostos, Heráclito divisou uma Entidade, ou unidade. Esse "algo", que seria a origem de todas as coisas, ele chamou de Deus, ou logos.

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